De repente, desataram a fluir energias multicor. Assim, sem mais nem menos. A princípio todos estavam repletos de adjectivos acabados em "ado": enfadado, cansado, stressado, e mais, e mais, e mais...mas se foi da luz, da voz, dos cheiros, do contacto, dos olhares, dos sorrisos, dos olhos apagados, ou de qualquer outro factor...não se sabe...o que parece é que houve vários compassos descompassados que iniciaram um bater único e ritmado a um tempo só. E que se viu, viu...que se sentiu, ora pois...como é possível tantos seres tão desiguais comungarem de um bater de coração? Foi o fio. Ah, decerto que foi! A dada altura surge um fio que os puxava de uns para outros, como iô-iôs humanos e romantizados...e vai e volta, e vai e volta...e a dada altura também, o fio ficou curto, curto do tamanho de um abraço apertado...tão apertado que o mundo parou abismado para ouvir um silêncio tão perfeito e ritmado ao mesmo tempo...e volta o elástico a dar distância a dois bocados, melhor a doze bocados de coração e a sensação de perder o nosso bocadinho de coração (que afinal parece que pertencia também ao outro) é tão devastadora que ficamos pequeninos perante tamanha troca que não corresponde aos padrões lá de fora: dar para dar mais...e mais...e mais. E depois andam as mãos descobrindo ondas de gelatina mareada com tons do corpo de cada um...e o mundo passa mesmo ao lado, sempre em bicos de pés, para não perturbar a vaga gigante que percorre os doze que são ainda um...e lá vai à vida dele, deixando-nos navegar e ser navegados ao ritmo do coração. No final (terá mesmo havido um final), os doze que foram um, foram deslizando pela noite com pós-de-perlim-pim-pim, cheios de uma espécie de unidade que sorria matreira nos olhos de cada um...
Sofia Perlim-pim-pim-tada
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